Oficina de Criação Poética com Fabrício Carpinejar.
Desprendimento
Colocar a cartela de selos no lixo me obriga também a jogar fora os envelopes coloridos, as canetas, as folhas de papel e aquele caderno comprado exclusivamente para suportar minhas palavras, aquelas pensadas em sentidas que eu enviava. O caderno mal passou da metade, podia bem ser usado pra outro fim.
O calendário assinalado dia a dia, na matemática da saudade, está com a contagem atrasada; a tesoura e o papel colorido com os quais eu fiz a caixa do presente que eu não mandei também vão pro lixo. Eram verdes e roxos, cortados de forma a fazer uma caixa listrada. Listras irregulares, sim.
Deixei-a no sol e desbotou.
Não me serves pra mais nada.
Nanni Rios, de Florianópolis
sábado, 8 de dezembro de 2007
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