segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Guache

Vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e roxo.

Gauche

Gosto dessa palavra.

Torto, canhoto, diferente, incerto, divergente, paralelo, vanguarda, alternativo, marginal, errante. Já de saída minha estrada entortou.

Até o fim.

Torto, liberto, independente, solto, vago, fluido, im-pre-vi-sí-vel.
Poesia, afeto, margarida-bem-me-quer, des-ti-no.

Mutante, perigo, emoção, coragem, humildade. Meu ponto é a li-ber-da-de.

Entende?

"A mais sublime de todas as condições humanas, em que o medo se funde ao regozijo num amálgama irresistível", diria ele.

LÍ-QUI-DO.

domingo, 18 de novembro de 2007

sobre amor, desejo, destino e liberdade

"Amar significa abrir-se ao destino (...). Abrir-se ao destino significa, em última instância, admitir a liberdade no ser: aquela liberdade que se incorpora ao Outro, o companheiro no amor." (p. 21)

"E assim é numa cultura consumista como a nossa, que favorece o produto pronto para uso imediato, o prazer passageiro, a satisfação instântanea, resultados que não exijam esforços prolongados, receitas testadas, garantias de seguro total e devolução do dinheiro. A promessa de aprender a arte de amar é a oferta (falsa, enganosa, mas que se deseja ardentemente que seja verdadeira) de construir a 'experiência amorosa' à semelhança das outras mercadorias, que fascinam e seduzem exibindo todas essas características e prometem desejo sem ansiedade, esforço sem suor e resultado sem esforço.
Sem humildade e coragem não há amor. Essas duas qualidades são exigidas, em escalas enormes e contínuas, quando se ingressa numa terra inexplorada e não-mapeada. E é a esse território que o amor conduz ao se instalar entre dois ou mais seres humanos." (p. 21 e 22)

"Odo Marquard falou, não necessariamente com ironia, do parentesco etimológico entre zwei e zweifel ('dois' e 'dúvida') (...). Onde há dois não há certeza. E quando o outro é reconhecido como um 'segundo', plenamente independente, soberano - e não uma simples extensão, eco, ferramenta ou empregado trabalhando para mim, o primeiro - a incerteza é reconhecida e aceita. Ser duplo significa consentir em indeterminar o futuro." (p. 35)

E digo mais:

"Numa relação, você pode sentir-se tão inseguro quando sem ela, ou até pior. Só mudam os nomes que você dá a ansiedade." (p.30)


O Amor Líquido, de Zygmunt Bauman.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

"Mas de tudo isso, me ficaram coisas tão boas... Uma lembrança boa de você, uma vontade de cuidar melhor de mim, de ser melhor para mim e para os outros. De não morrer, de não sufocar, de continuar sentindo encantamento por alguma outra pessoa que o futuro trará, porque sempre traz, e então não repetir nenhum comportamento. Ser novo.

...

Estou te querendo muito bem neste minuto. Tinha vontade que você estivesse aqui e eu pudesse te mostrar muitas coisas, grandes, pequenas, e sem nenhuma importância, algumas.Fique feliz, fique bem feliz, fique bem claro, queira ser feliz. Você é muito lindo e eu tento te enviar a minha melhor vibração de axé. Mesmo que a gente se perca, não importa. Que tenha se transformado em passado antes de virar futuro. Mas que seja bom o que vier, para você, para mim.

Com cuidado, com carinho grande, te abraço forte e te beijo,

Caio F.

p.s.: Te escrevo, enfim, me ocorre agora, porque nem você nem eu somos descartáveis. E amanhã tem sol."





não te escrevo faz tempo, mas eu teria escrito isso pra você se o Caio não tivesse escrito antes.