sexta-feira, 24 de dezembro de 2004

"ao acordar naquela manhã de sonhos perturbadores, Gregor Samsa viu-se transformado..."

Se eu acordar metamorfoseada num inseto, amanha de manhã, é porque Kafka já previra. Dêem os créditos a ele por mim.
E até ontem eu ainda me perguntava 'por que o que esse cara escreve tanto me atrai?'

(nanni se olhando no espelho)... pessoa estranha.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2004

blog, enfadonho blog...

sobrevivi =P

Festa da elite rendeu o que tinha q render =D Entre declarações e confissões... entre cervejas e vinhos... tudo saiu conforme era esperado. Essa turma é o que há.
Passagens por lugares obscuros no decorrer da semana se encarregaram de descarregar as baterias (que já estavam no fim).
Depois de jurar pra quem quisesse ouvir que as roubadas estariam fora da minha rotina diária, e ainda assim ver que elas permaneceram firmes, fortes e insistentes, só me resta concluir que são elas que vêm atrás de mim. Aposto que a Thayse concorda comigo.

No mais, agora tô me sentindo em férias \o/

Fazendo muito nada e lendo muita coisas entre utilidades e inutilidades. Tô surrealmente tranquila.

Vou lá pra sacada. Me sinto bizarramente idosa nessas horas. Ponho uma cadeira na sacada e me acomodo: de pijama, com uma xícara de café lendo a parte policial da folha de S. Paulo (a mais divertida), em pleno domingo, às 3 da manhã. Nas férias. Bizarro, dizaí!

domingo, 12 de dezembro de 2004

Insônia.
Headache.
Dor no peito. Estranho.

Meu estômago tá podre. Não consegui nem tomar café. Mas a Brahma até que desceu bem =D
Encerramento do semestre cênico, na quarta: tequila. E pra passar a queimação na garganta, dá-lhe cerveja.
Forró na quinta: dia light, só uma Bohemia.
Encerramento do semestre jornalístico, com amigo secreto, na sexta: Rajska, cervejas, marlboros, mais rajska, mais cerveja, mais marlboros e mais um pouco de Rajska. Que horror =P
Há algumas horas: mini reunião com truco, calouros da agronomia (adoro esse curso), Brahmas e café.
Pra amanhã: povo cênico quer fechar o ano com chave de ouro (denovo) com festa na casa do Toni. Essa promete!
Segunda-feira: festa da elite em São Pedro, uma terra distante, longe da civilização. Já existem 20 Brahmas lá na casa à nossa espera.

Se eu sobreviver, volto aqui pra contar como termina esta história.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2004

Lembro-me que à meia-noite, bem alto, na estrada de Orion, brilhava uma lua como nunca vi mais cheia, a cabeleira solta, os seios nus, o olhar de louca a me varar o peito de súplicas e doestos.
Era tal o mistério dessa noite que agora mesmo, escrevendo na minha sala noturna, sinto os cabelos se me içarem de leve, como se fosse sentir novamente sobre eles a mão macia da lua cheia.
(...)
Transpus, ansiado, a distância familiar que me levava para alguma coisa que sentia vir mas não sabia o que era. Em casa, galguei rápido as escadas para o meu quarto no primeiro andar, e fui sentar-me ofegante à escrivaninha antiga, a mesma que tenho hoje, a mesma que suportou na infância o peso da minha ambição de ser poeta. A janela estava aberta, e em sua moldura a lua viera se postar, os olhos cravados em mim.
Não sei como foi, mas sei que foi diferente de tudo o que sentia antes. Meus ouvidos, como conchas, pareciam recolher os ruídos mais longínquos do mar que estilhaçava em mim. Ouvi o sopro da noite, o cair das folhas, o germinar das plantas que boliam fora, na mata próxima ao Corcovado, e ali perto, no jardim. Pombas vazaram do meu coração, deixando-me dentro, a se debater, a grande ave inimiga que me feria com suas asas querendo sair também, fugir, voar para longe. Senti-me sem peso, sem dimensão, sem matéria. Meu ser volatilizou-se para a lua, transformado ele próprio em substância lunar. E comecei a escrever como nunca dantes, liberto de métrica e rima, algo que era eu mas que era também diferente de mim; algo que eu tinha e de que não participava, como um fogo-fátuo a crepitar da minha carne em agonia.

Linha por linha, como psicografado, o poema 'o meu primeiro poema' começou a brotar de mim.

'O ar está cheio de murmúrios misteriosos...'



... é ... hm ... é ... vinicius ;~
Inexplicável, senão indizível. Simples assim.



(Texto completo disponível aqui)
Acho que vou ficar a vida inteira sofrendo o ônus por ter nascido atrasada. As coisas não andam muito sincronizadas/reguladas por aqui.

acabando,

Semestres estão acabando. Acabando.
Falta parir um último trabalho. O último.

Essa história de fim da primeira fase soa muito surreal ainda. Era tanta substância orgânica, tantas plantinhas com suas partes e subpartes, tanto número e tanta fórmula. Tanto tempo e tanta dor de cabeça. Tanta doação, tanta privação. Dedicação. Medo.
Tudo foi canalizado em prol dum sonho. Um tiro no escuro. Um passo para dentro da neblina.
Pra evitar qualquer frustração, comecei sem expectativas. Terminei com menos ainda. O que será dagora em diante? Ou melhor, SE for, o que será?

Bom, não sei.

Só sei que "férias" é a palavra. É o que há no momento.

Conforme eu já havia previsto, estas estão sendo as duas semanas mais longas da minha vida.
E - como se fosse necessário um motivo assim - na sexta rola bebedeira, vulgo comemoração, pelo fim do semestre na federal. =D
Estou na expectativa pra saber onde eu vou acordar no sábado.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2004

Como é perigoso pôr coisas boas em mãos erradas!
Acho que o Francisco de Oliveira (bem esse mesmo, o cara d'O Ornitorrinco') andou lendo muito Dostoiévski. O cara tenta (limita-se aí à tentativa) explicar economia com frases cheias de apostos e parênteses e considerações/desconsiderações.
Isso te faz reler todo o parágrafo pra poder lembrar o que ele tava querendo (limita-se aí à vontade dele) explicar. Só que mais uma vez o cara não colabora, porque o último parágrafo que eu li ocupa três páginas. o_O

Pensando bem, mesmo se fosse uma edição ilustrada acho que eu não iria enrtender. ¬¬


Só pra não perder o costume: odeio pseudoprofessores de Comunicação e Realidade Socioeconômica e Política Brasileira I.
E odeio ornitorrincos também.