segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

se tem pulga atrás d'orelha
faz de tudo pra matar
ai, bendita ignorância
por que foi me abandonar?

pirandello, lanterninha
é sabedoria natural
não se pode ver tudo em volta
não dá outra, faz mal!

pra que servem os sentimentos nobres
e as minhas rimas pobres
se você vai além das palavras daqui?

ai, meu deus, que desespero
eu quero aquele cometa, ali!

quero ver tudo
sentir, ouvir, parir
uma nova sensação
sair dessa, curtir
me mudar pro seu balão

boas intenções
maus comportamentos
ai, meu deus
me dá o discernimento?

não acaba com tudo
não agora
enquanto eu estiver aqui
sem poder te ver nascer na aurora

no fundo, sei que eu tô pirando
tem sentido que tá sobrando
vou me controlar, eu prometo
não expandir mais tanto assim
voltar a centrar em mim

cultivar a sementinha
que mais parece pé crescido
se aproxima o momento
em que todo o meu intento
se dissolve com o vento
e o que sobra, na verdade
é a pura realidade

deslizes, tropeções
evita-los, bem que podia
já que não, quiçá um dia
voltemos a agonia
de tecer a nossa história
nessa distância que judia!





dos resquícios finais da noite (e do dia).. a parte ruim, aquela que ninguém espera pra assistir, terrosa, de mau-gosto e mal-cheirosa.

vai passar, eu sei que vai.

2 comentários:

Anônimo disse...

ai que bela poesia rima vc por aqui..
um espaço tao gostoso
em tempero alvoroço
que nao pede prazo nem fim..
é simples assim:
1 pitada de ciuminho do mundo e seus habitantes..
2 colheres de adoçante..
de 18 a 19 copos didade
uma boa panela de saudade..
coloque boa curiosidade
misture cm mta serenidade...
ponha no fogo alto de vontade..
.. minutos contados
e plim... esta pronta a confusão a alegria de um balão..
uma receita fabulosa
para fome amorosa
de gnte assim..


bem gulosa..

Jack disse...

hummm

Não, tudo que eu quero dizer não é somente um monosilábico, inciado pela consoante muda.
O que queria lhe dizer está bem além de lá, pra cá do arremedo deste som.
Pensando cá com meu lápis 6B que sabe muito mais das palavras do que eu, qualquer verbo existente ou ainda por ser criado não poderia acha ele - o lápis - me ajudar a expressar, e por isso proclamo está onomatopéia das batidas do meu peito.
O Hummm encabulado nato que é, nunca irá dar o tom do relicário que consigo perceber, mas basta olhar meus olhos e eles te diram tudo que quiser saber em um único segundo.
E minha boca? sim lá de um lado a outro do lábio condensará um suspiro que libertará um único pedido embalado a vácuo resumido, que só fara sentido se estiver para o resto de sua vida de mãos dadas comigo.
Sim direi hummm, e só direi enquando tiver afiado na agulha do toca disco sem som, as palavras que ainda não tomam o lugar do silencio desta monossílaba quase sem significado ou sentido mais ou menos mal escrita.
Vou terminar voce sabe como, porque não existe palavra ou som que preencha o abismo entre nós dois.
Quem sabe faça agora isso, por mim o .....HUMM? : )